sexta-feira, 14 de setembro de 2007

#5 - 30/07/07

Quanto a eu ter entrado finalmente pra igreja do Padre Lélis depois de uns dez anos de birra, e era quando você queria arrancar meu braço enquanto me arrastava pra reza e sumia com uma roda de meus carrinhos a cada missa que eu desaparecia, é verdade. Quanto à igreja, cinco meses na minha vida, ter ontem ardido bíblia, altar, Jesus, cruz, outro Jesus, banco de madeira, confessionário e umas toneladas de pecado, é também verdade. E quanto ao povo aparecer feito procissão na frente do incêndio com baldes suspensos, mangueiras de quintal e salvar o Padre junto com um rapazinho, ambos nus, do quarto dos fundos, sim, sim, também é verdade.
Mas quanto a eu ser o tal rapazinho que dormia guardado por Deus enquanto uma vela caía em cima das cortinas, não acredite. Nesse dia, pro inferno seja mandado Lélis, pro inferno, o rapazinho era outro.

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