segunda-feira, 24 de setembro de 2007

#9 - 24/09/2007

Foi como um ar-condicionado que parou, a amplitude de um grande som só entendida no click da ausência. Fiz um “uhh” em coro porque o silêncio brusco é pior do que o teto se o teto quisesse parar, e caísse em cima, espatifasse. Olhei para o agasalho querendo inventar algum outro sentido em me proteger, em me cuidar tanto. Ter cuidado com o quê? Não que não haja mais perigo, apenas não importa que um perigo venha enfim me buscar. Mas ele, o barulho, era algo que estava em tudo e eu não distinguia, de tão apegados nas coisas, apegados, o barulho e eu, em paralelo. Ele me envolvia pra eu me sentir sempre em movimento no meu estar. Era um barulho tão meu quanto não é mais. E agora nada resta senão abrir as janelas.

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