sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Terra Terrível

Da última vez em que a menina foi ao quintal visitar o túmulo do seu velho cão, gritou durante dezessete horas e três minutos. Depois só teve voz para sussurrar que todos precisavam ir lá e, por favor, por favor, cortar a planta, a planta que crescia em cima dele. Porque nela há um caule com pêlos macios demais, familiares demais. Uma raiz subindo da terra igual a uma cauda. Duas folhas pendendo feito duas orelhas. E no topo, um fruto inchado, redondo, perto de brotar, onde por uma brecha é possível ver a pupila de um olho azul.

Um comentário:

Mano disse...

muito bom conto! espero a chegada de novos escrepto-contos. cadê?