Ô, amor, seria uma delícia passar mais uns dias menos dias contigo, umas trocas totais de célula, ficar com a mão cheia de pintinhas, enrugada e tudo, mas é que, sabe, não vejo jeito. Não consigo querer você tanto, quando há tanto o que se querer. Você, meu bem, já é aquele que só pára quieto por no máximo quinze minutos, que tem todo um olhar explícito quando esconde o rancor, que tem acessos de ciúmes previsíveis, assim como são previsíveis os seus gestos na hora de uma carícia, que dança estranho quando nem é para dançar. Você, meu dengo, já é exatamente o que eu sei, enquanto um outro é o talvez. E no talvez, um infinito de possibilidades, e no infinito de possibilidades, tudo o que eu desejo. Ou não. Provavelmente não, para que sempre se faça a chegada de um outro outro.
Desculpa, benzinho, desculpa. Não por eu te deixar assim, assim deixado, porque disso você logo esquece, mas por insistir em te dizer o que te faz cuspir, esmurrar muro e que em mim vem latente: de eterno, o amor só tem o cinismo.
Desculpa, benzinho, desculpa. Não por eu te deixar assim, assim deixado, porque disso você logo esquece, mas por insistir em te dizer o que te faz cuspir, esmurrar muro e que em mim vem latente: de eterno, o amor só tem o cinismo.
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